quarta-feira, 28 de outubro de 2009

ORIGEM DO NOME PINTO

É deveras sabido que o apelido de família PINTO deriva de uma alcunha medieval colocada, fixada e transmitida numa linhagem portuguesa, desde o século XII. Consultando os dicionários, estes apresentam para o mesmo significante vários significados para o nome PINTO:

1º- Como nome comum: pinto = frango recém-nascido. No Brasil, “pinto” designa também o órgão sexual masculino!

2º-Como adjectivo: pinto = pintado, deriva do latim pinctus, por pictus, particípio passado de pingere, “pintar”.Como adjectivo, pinto significa então “que tem cores diversas”. Já numa cantiga de escárnio e maldizer do século XIII, aparece “dentes pintos come dados”.

Qual deles, nome ou adjectivo terá dado origem ao apelido PINTO?

Tudo aponta para que seja o adjectivo pinto = pintado. Alguns autores antigos dizem que este “apelido deriva de uma alcunha motivada por um cavaleiro regressado de uma batalha com a sua armadura e o resto da indumentária salpicados com pingos de sangue”.

A reforçar esta origem temos a heráldica desta família, “cinco crescentes vermelhos” , uma alusão clara a batalhas contra os mouros.

Aqui jaz quem nos perigos
Das guerras, em que se achou
As Armas sempre pintou
Com sangue dos inimigos
E hum gran Rey que me estimava
Vendome de sangue tinto
Quis que me chamasse Pinto
Porque tam bem me pintava.

Manuscrito da Armaria nº 1652 da Torre do Tombo, sobre os “Pintos”.

Sobre a explicação da heráldica da família Pinto, a obra anónima “Pintos de Riba-Bestança”, editada em 1856, na pág. 7 refere:

“ A mesma construcção das armas dos Pintos mostra a excellencia desta família. São cinco crescentes de luas vermelhas, com um crescente na espadoa. As luas vermelhas designam batalhas ganhadas a mouros: as aspas, batalhas ganhadas em dia de Santo André: e o leopardo, vigor e força. "

A QUESTÃO DA HERÁLDICA

Normalmente a heráldica das famílias nobres medievais com apelidos retirados do reino animal são falantes, ou seja no escudo ou no timbre existe uma representação do referido animal, indicativo da origem do apelido.
Por exemplo a família Aranha, tem aranhas no escudo, a família Lobo, lobos, a família Bezerra, bezerros, a família Coelho, coelhos, a família Cabral, cabras, Carneiro, carneiros, Cordeiro, cordeiros, Corvacho, corvos, Falcão (um falcão no timbre), Gama (uma gama no timbre), Gato, gatos, Gavião, gaviões, Lagarto, lagartos, Lebrão, lebres, Leitão (um leitão no timbre), Sardinha, sardinhas, etc.

Dois apelidos de família parecem não derivar do reino animal, a família PINTO pelas razões já referidas na sua interpretação heráldica e a família BARATA, cujo nome parece provir da alcunha de coisa barata, baratar (em Portugal, barata, era um antigo título de dívida, contrato, permuta). Ora, esta família não apresenta no brasão baratas, mas sim três mãos que podem ser interpretadas como indicativa da profissão da prática de um negocio.

segunda-feira, 23 de março de 2009

A demolida Torre de Chã no vale de Bestança

“Porém, na fecundidade ubérrima da freguesia dos deleites, um outro surge em Chã, a senhoril, onde a torre medieva foi devastada a camartelo, aleijando o chão com pedras que fizeram história. Crime ousado de uma terra que não soube preservar o recordo de andanças de cavaleiros, que terçaram espadas na reconquista ou no desenvolver do Império.Chã, o povoado de um historial infindo, que o presente maculou, patenteia a sua fama guerreira apenas em muros ou socalcos que protegem leivas e quintais. Com uma panorâmica de encanto, campos, com restevas, caídos para o sacolejante Bestança, nota-se ainda a majestade recuada no «modus vivendi», que tem a ancestralidade como pano de fundo, num quadro pletórico de arreganho, de meiguice, de couce às presunções do presente. Uma adornada área que goza ainda de forças para se impor e credenciar, mostrando uma beleza sem arrogância, graça rural, emérita no conjunto das humildades particulares.”


Guido de Monterey
“Terras ao léu Cinfães”, Porto, 1985, pág. 499.

sábado, 3 de janeiro de 2009

Estrutura do nome na Idade Média

Quanto mais longa e mais preenchida for a história de uma família, quanto mais tradições acarretar, mais ciosos se tornam os seus membros na transmissão do nome. Uns pela honra, outros pelo estatuto, outros pela tradição e outros pela história. O apelido, sobrenome ou “chamadouro”, constitui a marca de qualquer família/linhagem. Se a este associarmos uma heráldica própria, ficamos assim com um capital simbólico que identifica uma determinada “gens” ao longo de gerações, de séculos. Dependendo da sua antiguidade, do seu património, das suas alianças, estratégias e trajectos, uma linhagem pode marcar uma terra, uma região, ou até um país, tudo depende naturalmente da acção dos seus membros e descendentes.

Na onomástica medieval portuguesa, o nome de uma pessoa era constituído pelo seu nome próprio (de baptismo), associado a um patronímico que indicava por norma o nome próprio do pai.
ALGUNS PATRONIMICOS USADOS NA IDADE MÉDIA EM PORTUGAL
Afonso, nome próprio
Aires, Arias, nome próprio
Álvares, cuja forma abreviada é Alves, filho de Álvaro;
Amador, nome próprio
Antunes, filho de Antão ou António
Bermudes, filho de Bermudo
Beltrão, filho de Beltrando
Bernardes, filho de Bernardo
Bráz, nome próprio
César, nome próprio
Dias, filho de Diogo
Dinis, nome próprio
Domingues, filho de Domingos
Duarte, nome próprio
Durães, filho de Durão
Eanes, o mesmo que Enes, Anes, Joanes, filho de João
Esteves ou Estevens, filho de Estêvão
Estaço ou Estaçio, nome próprio
Eriz, filho de Ero
Fagundes, filho de Fagundo
Fernandes, filho de Fernão ou Fernando
Filipe, nome próprio
Furtado, também usado como nome próprio
Forjaz, filho de Froilo
Fromariques, filho de Fromarico
Galindes, filho de Galindo
Garces, filho de Garcia
Garcia, nome próprio
Geraldes, filho de Geraldo
Gil, nome próprio
Gonçalves, filho de Gonçalo
Godinho, nome próprio
Gomes, nome próprio, ou filho de Gomecindo
Guedes, filho de Gueda
Guterres, filho de Guterro
Henriques, filho de Henrique
Jácome, nome próprio
Lovesendes, filho de Lovesendo
Jusarte, ou Zuzarte, nome próprio
Lopes, filho de Lopo
Lourenço, nome próprio
Lucas, nome próprio
Luís, nome próprio
Manuel, nome próprio
Martins, filho de Martim ou Martinho
Mendes, filho de Mendo ou Mem
Migueis, ou Miguens, filho de Miguel
Moniz, filho de Monio ou Moninho
Nunes, filho de Nuno
Ortiz, filho de Ortum
Osório, nome próprio
Oveques, filho de Oveco
Pais ou Paes, filho de Paio
Pires ou Peres, filho de Pêro ou Pedro
Ponce, filho de Ponce ou Poncio
Rabaldes, filho de Rabaldo
Ramires, filho de Ramiro
Reimão, nome próprio
Raimundes, filho de Raimundo ou de Raimão
Rodrigues, filho de Rodrigo ou de Rui
Romão, nome próprio
Romeu, nome próprio
Salvado, nome próprio, forma arcaica de Salvador
Sanches, filho de Sancho
Simões, filho de Simão
Soares, filho de Soeiro
Teles, filho de Telo
Trutesendes, filho de Trutesendo
Trastamires, filho de Trastamiro
Vasques, filho de Vasco
Vaz, abreviatura de Vasquez, filho de Vasco
Veilaz, filho de Veilo
Viegas, ou Venegas, filho de Egas
Ximenes ou Jimenes, filho de Ximeno


Por vezes, ao nome próprio e ao patronimico de uma pessoa, juntava-se um terceiro nome, factor diferenciador, um apelido de família. Nesta altura o apelido podia ter duas origens, derivar de uma alcunha pessoal, ou então de um topónimo que indica a origem ou proveniência geográfica da pessoa, no caso da nobreza, indica a sua honra, propriedade ou solar. Ambas as formas quando fixadas e repetidas na cadeia descendente, constituíam o apelido familiar que segundo a tradição portuguesa, tanto se transmite pela linha paterna como pela linha materna. Tudo depende da “força” do nome no meio geográfico, de uma maior ou menor identificação pessoal com determinado ramo familiar. A varonia em Portugal nunca teve o valor que se atribui no estrangeiro. Também a nobreza e fidalguia se transmitia por via paterna como por via materna, assim contemplava o direito português, em especial, as Ordenações Filipinas, liv.5, tit.92: “Das quais Ordenações se colhe, que assi pela via das mays, como pela dos pays, se communica a nobreza aos filhos, e podem usar dos apelidos, e armas de huma, e outra parte livremente” (Nobiliarchia Portuguesa. Tratado da Nobreza Hereditária e Politica, de António de Vilas Boas e Sampaio).

Parece que os primeiros apelidos em Portugal derivam de alcunhas, logo seguidos de perto pelos toponímicos. Os patronímicos na Idade Media, ainda não constituíam um nome de família, estes fixaram-se mais tarde (Séc.XIV a XVI). José Mattoso no seu livro; Ricos-Homens, Infanções e Cavaleiros “ Convém fazer também referências às alcunhas, que, como se sabe, deram igualmente origem a nomes de famílias. O seu carácter pessoal é muito claro. Derivam de características físicas, de hábitos ou comportamentos, de feitos ou acções que impressionaram os contemporâneos. Existiram sempre mesmo entre nobres (...) procedentes ou de filhos segundos ou até de antigos cavaleiros vilãos nobilitados. Sinal de que não era fácil a estes indivíduos marginalizados pelas estruturas da sucessão unilinear manterem posições sociais destacadas. Se o conseguiam era à custa do seu valor pessoal. Por isso transmitiam a alcunha e não o nome do lugar adquirido. De resto eles muitas vezes também não permaneciam no mesmo lugar: enriqueciam aqui, viviam além, mandavam os filhos para vários lugares. Daí que a ligação com os ascendentes se fizesse pela alcunha e não pelo solar de origem “.

sábado, 8 de novembro de 2008

PINTO - Origens de uma linhagem medieval (desde o século XII)



Brasão de armas dos Pinto
Escudo de prata, com cinco crescentes de vermelho. Timbre: leopardo de prata, armado e lampassado de vermelho, com um crescente do escudo na espádua.

A simbologia heráldica desta linhagem “cinco crescentes vermelhos” são uma alusão clara a vitórias sobre os mouros, representando os pendões tomados aos sarracenos em combate, remetendo assim para o período da reconquista cristã.



1-PAIO SOARES PINTO, [1], documentado no cartulário chamado de "Baio Ferrado" do mosteiro de Grijó, numa escritura de Abril de 1156, onde aparece como "Pelagio Pinto", também referido no mesmo documento como "Pelagio Suariz, cognomento Pinto" ou seja Paio Soares, dito Pinto. Este cavaleiro viveu na sua quinta do Paço em Santa Maria da Feira, no tempo do conde D. Henrique. Amado de Azambuja diz que este já era falecido em 1126, (deve ser 1156 como se documenta) data em que sua viúvaMARIA MENDES, (filha de Mendo Odoriz) vendeu em seu nome e de suas filhas a dita Quinta ao mosteiro de Grijó. Filha herdeira:

2-MAIOR PAIS PINTO,que segundo as genealogias foi a segunda mulher de D. EGAS MENDES DE GUNDAR , (Amado de Azambuja diz que juntos aparecem a rectificar em 1134(?)a venda ao Prior de Grijó, da quinta do Paço, como constava das escrituras que estavam no cartório do mosteiro de Grijó), cavaleiro que participou ao lado de D. Afonso Henriques, na batalha de campo de Ourique (25/7/1139). O conde D. Pedro no seu livro de linhagens refere que dele provem as linhagens Rego e Pinto. Era filho de D. Mendo de Gundar, natural das Astúrias que “foy cavalleiro muy boom e homrrado, que, para os termos de que usa o conde, não e pequena abonação de seu valor e nobreza” e de sua mulher Goda Pires. Este D. Mendo veio com o conde D. Henrique, ficando ao serviço de sua mulher, sendo grande “privado” deles. Este morou no concelho de Guestaço, foi alcaide-mor de Celorico de Basto, senhor de Gondar, de S. Salvador de Telões, fundador do mosteiro de Gondar e outro sujeito a este, em Santa Maria Madalena de Cubelo, jaz sepultado em Telões.Egas Mendes c.c. Maria Viegas, como refere o conde D. Pedro no seu livro, parece sem geração. Filhos:

3-Pedro Viegas Pinto[2], também chamado Pedro Viegas do Rêgo[3], nome retirado da quinta do Rego na freg. de S. Bartolomeu do Rego, no conc. de Celorico de Basto, onde viveu pelo final do reinado de D. Afonso Henriques e D. Sancho I (segundo diz o nobiliário de Manuel de Souza da Silva, no Tit. 31 Gundar, Motas e Regos, pag.145). c.c. Toda Martins das Chãs, filha de Martim Moniz de Rezende e de Chamoa Esteves, neta materna de Estêvão das Chãs.


3-(Mendo Viegas) de Gundar, foi pai de 4-Gonçalo Mendes de Gundar “que chamaram por sobrenome Gonçalo Sandeu”. C.c. Berengária Esteves de Leomil, estes pais de 5-Beatriz Gonçalves, c.c. Vasco Martins Picanço. O conde D. Pedro, no seu livro de linhagens diz que de D. Egas Mendes de Gundar “deçemdem os de Rego e os Picamços, e Vaasco Pimto de ririba de Bestança e seus irmãaos”.

3-RUI VIEGAS PINTO, que viveu no tempo dos reis dom Afonso Henriques e dom Sancho I, possuindo vários casais na terra da Feira por dote de sua mãe. (Felgueiras Gaio e Amado de Azambuja). Não se sabe com quem casou, mas teve pelo menos:

4-GONÇALO RODRIGUES PINTO, referido pelas genealogias. Filhos:

5-Mendo Gonçalves Pinto, aparece referido numa escritura de demarcação de terras, referente a uma doação ao mosteiro de S. Cucufate, perto de Beja (escritura feita em Maio de 1292 (1254), era um “dos governo da terra” e acha-se com o título de “miles”, que significava então cavaleiro nobre. Assim diz Frei António Brandão, nas “Crónicas de D. Sancho II e D. Afonso III, pág. 201.

5-Soeiro Gonçalves Pinto, "que viveu em tempo d`el-Rei D. Afonso III", que segundo as genealogias foi pai de 5-Garcia Soares Pinto, referido nas inquirições do rei dom Dinis, como seu vassalo e morador perto de Chaves. C.c. Maria Gomes de Abreu. Este pode ser o Garcia Soares, trovador "irmão de Martim Soares", também trovador.


5-Estevão Pinto, c.c. Sancha Ermigues de Espinhel. C.g, seus filhos tinham dois casais, um no lugar da Várzea outro em Cabanais, em Santa Eufémia de Agilde, concelho de Celorico de Basto, como se documenta nas Inquirições de D. Afonso III (1258).


5-MARTIM GONÇALVES (PINTO), que segundo documentos da Casa de Balsemão, foi casado com uma D. MARIA.
A "Revista. Serie 5: Ciencias Humanas", Volumes 1-4, pág. 227, refere erradamente que o rei D. Afonso IV dispensa Vasco Martins Pinto, filho de Martim Gonçalves “que foi mestre de cavalaria da Ordem de Cristo, solteiro e de Inês Vasques, solteira. Não se trata de um Vasco Martins Pinto, mas sim de um Vasco Martins Leitão, como se documenta na Chancelaria de D. Afonso IV. Filhos:


6-Teresa Martins, documentada como tia do cavaleiro Vasco Martins Pinto.

?6-João Pinto, “Joham Pinto”, aparece documentado a 31/8/1284 nas Inquirições da terra de Santa Maria da Feira, julgado de Cabanões, como dono de um mato, confirmando a presença dos Pinto na terra da Feira.


?6-D. Afonso Pinto, referido em 1262 na venda de umas casas a colegiada da Alcáçova de Santarém.


6-MARTIM MARTINS, nome deduzido do patronimico de Vasco Martins Pinto.Filhos:

7-Guiomar Pinto, casada com Aires Pires Cascavel, pais de: 8-Constança Aires Cascavel, c.c. Martim Gil Cochofel e de 8-Pedro Aires, senhor de Tabuado, c.c.Maria Rodrigues de Galafura, filha de Rui Martins de Galafura, senhor da honra de Nogueira em S.Cipriano de Aregos.

7-VASCO MARTINS PINTO, que segue nos PINTO, senhores da Torre de Chã, em Riba-Bestança (Ferreiros de Tendais).


[1] Irmão de Telo Pinto, “Tellus Pinctus”, ambos filhos de Soeiro Arias.
[2] Felgueiras Gaio[2], no tit. de “Pintos” § 300, informação foi colhida de uma memória que viu de Luís Pinto de Sousa, Sr. de Balsemão.
[3] A obra “Blasones de Portugal, do Padre Manuel da Purificação Magalhães (ms.1676 da B.N.L.) diz que as armas dos Gundar, são “de verde banda de prata carregada de três vieiras de oiro”. Trata-se das armas usadas depois pelos Rêgo, seus descendentes.

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Genealogia dos PINTO, senhores da Torre de Chã



7-VASCO MARTINS PINTO[1], n.c. de 1270, falecido antes de 1333 morou em Riba-Bestança (Cinfães). O conde D. Pedro no seu livro de linhagens apenas refere que “Vaasco Pimto de rriba de Bestamça e seus irmãaos” descendem do referido D. Egas Mendes de Gundar.
Foi padroeiro do mosteiro de Tarouquela, (Cinfães). Em 1285 "Vasco Martins, dito Pinto", fez composição com sua tia Teresa Martins, de partilhas de Lagoa da herança de Martim Gonçalves.Também em 1292 com sua mulher Guiomar Afonso, outorgou um contrato de composição com Aires Pires e sua mulher Guiomar (trata-se de Guiomar Pinto, c.c. Aires Pires Cascavel) e com Lourenço Esteves e mulher Constança Lourenço (documentos do cartório da Casa de Balsemão). Em 1300, Vasco Pinto era Sr. do foro da quinta de Covelas (ou Paço de Covelas), em Ferreiros de Tendais e Sr. da quinta de Crasto, (Sanfins). Teve ainda direito ao padroado da igreja de Santo Estêvão de Regadas, freg. de Celorico de Basto (hoje no conc. de Fafe) que deixou a sua filha, como se documenta.
Aparece documentado a 26/7/1307 como “Vasco Martins Pinto cavaleiro[2], sendo testemunha do referido mosteiro de Tarouquela (ANTT, Sala 25-Mostº de Tarouquela, mºs 12 e 17, docs. S/nº.).
A 17/12/1390 muito depois do falecimento de Vasco Martins Pinto, temos noticia das “herdades e beens della forom sempre coutados e onrrados em tempo de vaasco martins pinto cavaleyro cuja foe”. Este Vasco Martins Pinto, (pode muito bem ser um filho de Martim Peres Vigião e de Inês Vaz, portanto neto materno do primeiro Vasco Martins Pinto e de Guiomar Afonso), fizera ou herdara uma quinta na qual se englobava a Montado de Vale de Francos que passaria para as mãos do futuro senhor de Vila Verde dos Francos Gonçalo Lourenço Gomide, na altura Escrivão da Câmara de D. João I, Chanc. D. João I Lº 2, fols. 51v-51 (1390 –Alcaçer, 17 de Dezembro de 1390).
Vasco Martins Pinto, erradamente dito nas genealogias como "Vasco Garces Pinto", parece que foi o 1º senhor do foro da Torre de Chã, pequeno castelo que foi pertença dos Templários até à sua extinção em 1312. Após esta data passou a ser morada e solar desta linhagem.
Segundo as genealogias, nomeadamente D. António Caetano de Sousa, na sua “História Genealógica”, casou com Urraca Rodrigues de Sousa, filha[3] de Rui Vasques de Sousa, ou de Panóias, por ser senhor de Panóias, e de sua mulher N….?[4], porém documenta-se em 1292 como casado com GUIOMAR AFONSO, que levou o senhorio dos casais de Ruivães (Ferreiros de Tendais).
Também Pinho Leal na sua obra “Portugal Antigo e Moderno”, publicada em 1873, descreve como ainda se encontrava a Torre de Chã:
segundo o tal manuscripto, a origem do Castello da Chan, a que deu o nome a chan ou plató em que está edificado. Foi depois este castello o solar dos Pintos, da Torre da Chan, que construíram junto ao castello as suas casas de habitação”. Acrescenta ainda que “O castelo está quase desmantelado, porém a torre ainda está muito bem conservada e para resistir muitos anos ao rigor do tempo. É toda de cantaria, com ameias; está coberta de telhado e é habitada. Ainda n`este torre se conserva um morrião ou capacete, de cobre, uma couraça de tiras tecidas, de couro cru, e uma espingarda sem feixos e de accender com morrão, muito comprida e mais pesada do que três das actuaes
Humberto Beça, in “Castelos da Beira”, refere que em 1922 ainda existe bem conservada e ameada. Leite de Vasconcelos também fala da “Torre da Cham, no concelho de Cinfães, solar dos Pintos de Riba Bestança[5].
A Torre de Chã, verdadeiro ex-libris desta linhagem, votada ao abandono acabou por ser adquirida por um “brasileiro” que inconsciente da sua longa história, barbaramente procedeu à sua demolição em 1939, para sobre o lugar construir uma vivenda. A pedra de armas da torre, escudo pleno de Pinto, sem diferença que estava sob o portão da cerca da quinta foi levada para a Casa da Cêpa, em Funduais, onde se encontra no jardim.”[6] O Padre Pimenta no seu trabalho Brasões de Cinfães" diz que a “aldeia de Chã, modesta povoação a cavaleiro do Bestança, no extremo sul da freguesia de Ferreiros de Tendais, orgulha-se de haver sido, no decurso de quase 600 anos, o berço e solar da nobre Família dos Pintos. Era austera, de linhas sóbrias, a sua moradia que assentava ao redor de um castelo medieval, obra dos Templários, que, ainda em 1258, possuíam a “Honra” dos Ruivais, também do termo de Ferreiros. Da célebre torre de menagem, cuja fundação alguns Autores erradamente atribuíam a Geraldo Sem Pavor, já nada resta, além de uma pequena pilastra, com a cruz dos Cavaleiros do Templo e que eu descobri encravada no muro de suporte das novas edificações”.
Também Camilo Castelo Branco, no seu romance[7] “Maria da Fonte” refere a Torre, como “o famosíssimo castelo da Chã”. Filhos:


8-Gonçalo Vaz Pinto, "Salordo" de alcunha, escudeiro de linhagem, foi senhor da honra de Loivos, alcaide-mor de Lamego, em sucessão ao seu sogro, teve a beetria de Mesão Frio, como dizem constar das Inquirições de D. Afonso IV (1325-1356). A 4.3.1364 D. Pedro I julga uma questão, segunda a qual as inquirições tinham apurado que “no senhorio e honrra e tomadia de quintaãs dos loyuos que estam noconcelho de boyam, freguesia de sancta maria madanella que som de gonçallo uasquez pinto scudeyros de linhagem “, o dom abade de Serzeda e os moradores diziam que o dito Gonçalo Vaz Pinto não devia ter a dita honra nem senhorio e tomadia, dizendo este que sempre seus antecessores “padre e auoos e bisauoos ouuerom o senhorio e honrra e tomadia de Roupa e palhas e galinhas e heruas e carnes “, o que o inquiridores apuraram ser verdade, determinando o rei que “o dicto senhorio e honrra e tomadia das dictas qujntaãs e freguesia de sancta Maria madanella perteencem aas dictas qujntaãs e ao dicto gonçallo Vasquez “. Ainda participou nas Cortes de Coimbra de 1385, onde vem referido no auto da eleição como “Gonçalo Vasques Salordo”C.c. Leonor Afonso da Fonseca, senhora da torre de Angra, filha herdeira de Afonso Mendes da Fonseca, alcaide-mor de Lamego. Com muita geração.
Este foi pai de 9-Gonçalo Vaz Pinto "Calado", cavaleiro, sucede na casa de seu pai como senhor da honra de Loivos e senhor da Torre de Angra, senhor da honra de Nogueira e outros bens em Aregos (herdados por sua mulher)“com Padroeiro de S. Nicolau de Mezamfrio por sua m.er Briolanja Pinto Prª” (Tit. de “Cochofeis”, pág. 167). C.c. sua prima Briolanja Pinto, Srª. da casa de Marim, padroeira de S. Nicolau de Mesão Frio, filha de Aires Pinto, senhor de Taboado e de Constança Rodrigues Pereira, neta paterna de Pedro Aires Pinto, senhor de Taboado e de Maria Rodrigues, neta materna de Rui Gonçalves Pereira e de Berengária Nunes Barreto. Gonçalo Vaz Calado Pinto, foi pai de 10-Pedro Vaz Pinto, n. c. de 1390, faleceu antes de 16/12/1441. Foi coudel de Aregos e seu termo, herdou a honra e quintã de Loivos por morte de seu pai antes de 9/7/1438. Esteve na tomada de Ceuta (1415), onde serviu valorosamente, tendo-se assinalado em numerosas entradas e escaramuças. A 8/2/1416 comandou 600 homens a pé, incluindo besteiros, cujo alvo foi as Aldeias do Vale de Castelejo.Um pouco antes de 9/12/1416 juntamente com João Rodrigues Godinho comandaram 23 escudeiros, na investida contra a aldeia do Alvergal.
Pedro Vaz Pinto, entrou num combate naval, comandava uma fusta, que juntamente com mais quatro faziam o corso na zona de Alcácer Ceguer, atacando uma frota moura de 5 fustas, matando 218 mouros, “ ...peleja...que foi huma das boas que se fez naquella Cidade “.
Azurara cita-o na correria contra Almarça e Água de Ramel, na da serra Ximeira, nos ataques às aldeias de Alvergal, Benexeme, Alfages e Coleate; em 1425 lutou contra os 150 almogávares que tinham atacado a praça e, em 1426, no novo assalto feito desta vez pelos mouros de Cide Adurra, valendo-lhe o esforço que então dispendeu, pois foi armado cavaleiro pelo capitão da praça de Ceuta D. Pedro de Menezes.Por duas cartas de 9/7/1438 D. Duarte confirma a Pedro Vaz Pinto o seu senhorio e privilégios das suas quintãs de Loivos, em que “sucedeu per morte de seu padre gonçallo uasquez”, tendo para tanto o dito Pedro apresentado duas cartas: uma de D. João I de 20/1/1393 que privilegia (seu pai) “gonçallo uaasquez calado caualeyro nosso uassalo” para que na “sua honrra dos loyuoos que he no Julgado de bayom freguesia de sancta Maria madanella” os homens daí sejam escusados de serem mobilizados para a guerra ou outros serviços, e outra carta do rei D. Pedro de 4.3.1364, segunda a qual as inquirições tinham apurado que “no senhorio e honrra e tomadia de quintaãs dos loyuos que estam noconcelho de boyam, freguesia de sancta maria madanella que som de gonçallo uasquez pinto scudeyros de linhagem”. A 16.12.1441 o rei D. Afonso V nomeou, por cinco anos, Vasco da Fonseca, escudeiro de D. Fernão de Menezes, para o cargo de coudel de Aregos e seu termo, em substituição de Pedro Vasques Pinto, que falecera.C.g.)

8-Inês Vasques, mulher de Martim Peres de Vigião[8], doou, com ele, em 1333, ao mosteiro de Pombeiro, a sua parte do padroado da igreja de Sto. Estêvão das Regadas, nestes termos :"Eu, Martim Vigião, cavaleiro, com minha hóspeda (osspeda) Einês Vasques, damos o manda-mos por nossas almas ao mosteiro de santa Maria do Pombeiro, para todo o sempre, nosso padroado e o direito que nós havemos em na eigrejá de sante Estêvão de Regadas, o qual a nós acaeceu e descendeu de parte de Vasco Pinto cavaleiro".
A 20/2/1314 Inês Vasques “molher de Martym Peres dicto Vigyam cavaleiro moradores em Ramyres no julgado de Fereyros” institui o marido como seu procurador[9].
A 1/4/1317 o cabido da Sé de Lamego largou a Martim Peres, de Vigião, a quinta do mesmo nome em troca dos bens que ele possuia em Sarzedo excepto a igreja[10]

8-Estevão Vasques Pinto, cavaleiro, sucede a seu pai no foro da quinta de Covelas. Consta de um documento do cartório de S. Bento das freiras do Porto que pela era de 1377, vivia no antigo concelho de Sanfins, (hoje lugar do conc. de Cinfães), onde se situava a referida Quinta de Crasto. Por recusa não aceitou a 3ª vida do prazo de seus pais, sendo feito um novo. No prazo feito em 1377, pela abadessa Aldonça Martins, refere que já se tinha feito outro a seu pai, na era de 1300. Do referido prazo consta ser c.c. Joana Gonçalves. C.g. foi pai de 9-Gonçalo Esteves Pinto, Sr. do paço, quinta e honra de Covelas. Pelos seus serviços o rei D. João I, por carta dada em Torres Vedras a 8/1/1423, lhe levanta a pensão da Quinta de Covelas, para que a possua livre. A 30 de Março do mesmo ano o referido rei confirma-lhe a quita de seis moios de vinho, que lhe fez sendo regedor da Quinta, que trazia aforada em Ferreiros e outros bens em Tendais. De uma doação que ele fez, na era de 1420, às freiras do mosteiro de Tarouquela, da parte que tinha no casal de Paradela, junto a Alpendurada, se refere que era escudeiro da Casa del Rei, e se diz que fora em Covelas, termo do julgado de Ferreiros, onde “pousava”. De uma outorga que está nas costas da dita doação, consta que sua mulher se chamava Maria Martins. C.g. nos Pinto de Real (Castelo de Paiva)e de Paramos (Espinho)

8-RUI VAZ PINTO, teve o foro da quintã e Torre de Chã, serviu o rei D. Fernando e D. João I. Este foi certamente pai de outro:

9-RUI VAZ PINTO de Riba da Bastança[11], serviu o rei D. João I (1367-1433). Sucede a seu pai no foro da quintã da Torre de Chã. C.c.[12] INÊS (DA FONSECA), filha de Rui Pires da Fonseca, que se documenta como senhor da terra de Ferreiros de Tendais, por mercê do rei D. Fernando I[13], de Castelo e S. Cristovão, senhor das quintas de Jue e Sobrado, dadas pelo rei D. João I que depois lhe confiscou, neta paterna de Pedro Rodrigues da Fonseca e de Inês Dias Botelho. Filhos:


10-João Rodrigues Pinto, criado do rei D. Fernando. O rei D. João I confirmou-lhe a Quinta de S. Romão de Riba Douro, que lhe tinha dado quando era Mestre de Aviz por carta dada no Porto a 18/8/1424. Este deve ser o João Pinto, documentado como escudeiro de Rui Vaz Coutinho, a 10/11/1403.

10-VASCO RODRIGUES PINTO, chamado “o de Ceuta”, por se achar na tomada daquela praça com o rei D. João I, por cujos serviços e pelos de seu pai lhe fez mercê de haver por livre a Quinta da Torre de Chã, em que vivia do foro que lhe pagava, por alvará de 13/3/1423. Foi “homem honrado” e dizem que teve “o Foro de Cav.º Fid.”.Na petição feita em 1561 por seus bisnetos vem referido que "fora vassalo delrey nosso Snor, e sempre tivera cavallos e armas e que viveo em posse e liberdade de fidalguo". Nesta petição uma testemunha com 100 anos de idade refere "foi vassalo dellrey nosso Snôr e que sempre lhe vira ter cavallo he armas perfeitas" C.c. CATARINA DA MOUTA, filha herdeira de Álvaro da Mouta, senhor de Vila Boa de Baixo e Vila Boa de Cima, em Riba-Bestança. Filhos:

11-Álvaro da Mouta Pinto, “que morreu nas Guerras de África”.

11-Estevão Vaz Pinto[14], “que morreu nas mesmas Guerras”.

11-NUNO DA MOUTA PINTO, serviu em Africa como o seu pai e sucedeu-lhe na casa da Torre de Chã.Na petição feita por seus netos uma testemunha refere que "Nuno da Mouta e seus antheseçôres e seus irmãos foram todos cavalleiros fidalguos e que bem sabia que serviram hos Reis passados nas guerras de Castela e em Afriqua com armas e cavallos e que bem sabia q por cavalleiros fidalguos foram sempre tidos e avydos e nomeados e conhecidos de qualquer pessoa q resam tem de os conhecer" C.c. BRIOLANJA, filha de João Escobar. Filhos:

?12-Gonçalo da Mouta, que a 7/8/1515 foi nomeado pelo rei D.Manuel como escrivão da portagem da feira de Säo Bartolomeu que se faz na vila de Trancoso e dura 3 dias.Substitui no cargo Diogo Pires, morador na vila da Castanheira que o perdeu por colocar outras pessoas a desempenhar o cargo, sem para isso ter licença.

12-ÁLVARO DA MOUTA PINTO, nasceu em 1470 ou em 1480 segundo se depreende do Instrumento de Justificação de nobreza de seus filhos, passado a 2/1/1561, onde se atribui a “idade de outenta hou noventa anos” e que este “fora has partes dallem servir ellrey com Guonçalo Vaz Pinto fidalguo Sñor q foi do dito concelho com armas e cavalo…[15]. Senhor da Torre de Chã, escudeiro-fidalgo, instituidor[16] do morgado da capela de Nossa Senhora das Neves[17], Sr. dos lugares de Vila Boa e Baixo e de Cima, das herdades de Bustelo e Casal de Ferreiros. Documentado várias vezes nos Livros de Prazo do mosteiro de Travanca, onde vem referido como “morador em Quinta de Cham”. Do mesmo Tombo se conclui que foi senhor das “erdades de Bustelo” e do “Casal de Ferreiros que foi de João Escobar que ora traz Álvaro da Mouta seu neto” (fl.224 vº, do dito Lv.).Amado de Azambuja diz que “viveu 120 annos na Torre de Cham com grande casa por ser muito rico”, foi “Fidalgo da Caza del Rey D. João II, achou-se com seu primo Gonçalo Vaz Pinto” na tomada de Azamor em 1512. Este autor refere ainda que “Viveo como seus passados na q.ta de Cham no Com.lo de Ferreiros com grande Caza”.Na petição feita por seus filhos uma testemunha refere "que bem sabia que ho ditto Álvaro da Mouta viveo sempre limpamente de continuo tendo sempre cavallo athe ho presente que he de idade de outenta hou noventa annos vivendo e tratandose sempre como pessoa muito honrada e de boa geraçam // e sempre foi thido por bom escudrº".
C.c. ISABEL DE LEÃO, nascida cerca de 1500, falecida a 12/3/1592, em Vila Nova, freg. de S. Miguel de Oliveira (Cinfães). Segundo as genealogias era filha[18] de João Pinto, senhor da Casa da Torre da Lagariça, fidalgo de Cota de Armas e de mulher não nomeada (que devia ter o apelido de Leão), neta paterna de Gonçalo Martins Cochofel e de Briolanja Pinto. Alão de Morais refere que ele e sua mulher “viveram na Chã, concelho de Ferreiros”. Filhos:


13-António da Mouta Pinto, que segue


13-Jerónimo da Mouta Pinto, referido como “Cavaleiro”, sucedeu a seu pai na Quinta da Torre de Chã e no morgado de Nossa Senhora das Neves, instituiu a capela da invocação da Senhora do Rosário. Foi escrivão da Câmara, almotaçaria, avaliador, inquiridor e distribuidor do concelho de Ferreiros de Tendais, até 9/5/1598 data em que é substituído por Pedro Leitão. C.c. Madalena Carreiro, filha de Belchior Carreiro, capitão-mor de Tendais e de (Isabel da Costa?)[19] . C.g nos senhores da Quinta da Torre de Chã (ver PINTO DE REZENDE, pág. 123)

13-Belchior da Mouta, viveu na Quinta da Castanheira em S. Miguel de Oliveira, onde faleceu a 22/11/1596, sendo sepultado “no jazigo de seus antepassados”.Casou primeiras núpcias com Inês Pinto, com quem houve o casal do Fundo da Vila, em Porcas (hoje Vila Viçosa, Cinfães) foreiro do Paço de Sousa, como se vê no respectivo tombo. C.c. Branca Coelho, falecida a 13/7/1627. C.c. Branca Coelho, falecida a 13/7/1627. C.g. Entre outros, foi pai de 14-Inês Pinto da Rosa, “Sr.ª da quinta da Castanheira”, c.c. na freg. de S. Miguel de Oliveira, a 15/10/1600 com Manuel da Fonseca Osório, nascido na vila de Trancoso, falecido em S. Miguel de Oliveira, a 1/11/1613, filho de Diogo Cardoso Ribeiro e de Maria da Fonseca, que viviam “em Trancoso”.

13-Gaspar da Mouta, foi Padre, faleceu em Vila Nova, S. Miguel de Oliveira, a 4/6/1605.

13-Ana Pinto de Leão, casou “na Desfeita, concelho de Monção[27] (Moção, Castro Daire) com Cristóvão de Almeida, “Sr. da q.ta de Desfeita[28], procurador dos concelhos de Ferreiros de Tendais por nomeação de 7/6/1597, filho de Pedro Álvares e de Antónia de Almeida, neto materno de Gonçalo de Almeida, da quinta do Testamento e de Joana de Lisboa. C.g.

13-Francisca da Mouta, c.c. Pedro Teixeira e depois c.c. Jorge Rodrigues. C.g.

13-Mécia da Mouta, viveu em Chã, onde faleceu a 6/1/1584. Casou com Pedro Martins. C.g.Entre outros foi seu filho 14-António da Mouta, que viveu em Chã, onde faleceu a 29/1/1615 casou com Catarina Juzarte, pais de 15-Gaspar da Mouta, bapt. m Ferreiros a 27/13/1594, casou com Domingas Rodrigues, de Covelas. Estes pais de 16-Belchior Rodrigues da Mouta,“que procede da Casa e Quinta da Chã, solar de seus ascendentes, e sempre foram tratados como cavaleiros e tidos e havidos por tais nos dois concelhos de Ferreiros e Tendais, e se conserva com a mesma estimação de nobreza herdada dos ditos seus ascendentes pelas famílias dos Moutas e Pintos”, assim referido na carta de brasão de seu neto (ver Cartas de Brasão de Armas, vol. 2, de Nuno Borrego, pág.231.

13-ANTÓNIO DA MOUTA PINTO, n.c. de 1525, fez um Instrumento de Justificação de Nobreza juntamente com seu irmão Jerónimo da Mouta, em 2/1/1561, no escrivão Duarte Lopes, do concelho de Ferreiros de Tendais. Neste documento consta a sua ascendência até Vasco Rodrigues Pinto. Aí se diz que seus antepassados “foram todos cavalleiros fidalgos … que serviram hos Reis passados nas guerras de Castella e em Africa com armas e cavallos”.
Casou primeira vez com (1)GUIOMAR MONTEIRO e “viveram em Vila Pouca de Tarouca”. Filha de Álvaro Monteiro[30] que foi coudel da Guarda até 20/2/1475, e em 1503 era recebedor da vila de Almeida e de sua mulher Filipa de Almeida[31], neta paterna de Gonçalo Monteiro[32] almoxarife da cidade da Guarda (28/9/1450) e de Isabel Rodrigues de Vasconcelos, natural de Quintela (Tarouca), neta materna de Rui Lopes de Almeida, alcaide-mor da Vila de Numão e de Joana de Sequeira.
António da Mouta, casou segunda vez com (2) Brites de Coimbra, que parece natural de Britiande. Filhos:


14-(1)MARIA MONTEIRO, n.c. de 1545, faleceu em Trancoso a 7/2/1614, sendo sepultada na igreja de Nossa Senhora da Fresta, numa sepultura com epitáfio já muito deteriorado. Felgueiras Gaio e Alão de Moraes, em tit. de Moutas, dizem que foi “casada em Trancoso”. Provavelmente foi esta que arranjou o casamento de sua prima Inês, filha de seu tio paterno Belchior da Mouta, com Manuel da Fonseca Osório, este oriundo da vila de Trancoso. C.c. GASPAR RODRIGUES, com geração em Trancoso, filhos: 15-Padre Francisco Monteiro Pinto15-Belchior Monteiro, falecido a 12/11/1639 “freguês de S. João extra muros de Trancoso está enterrado na igreja de Santa Barbara de Souto Maior”casado em Trancoso com Francisca Martins, c.g. nos Monteiro e Meirelles de Trancoso.

14-(1)Cristóvão Monteiro, casou com Maria de Coimbra, natural de Britiande, que Alão de Moraes diz ser “irmã de sua madrasta”. Cristóvão Monteiro morou na freg. de Britiande (Lamego), quando foi padrinho em Castro Daire, a 20/8/1589 de Isabel, filha de António de Coimbra[33] e de Beatriz de Miranda.

14-(1)Gonçalo Monteiro, casou nos Esporões (Tarouca) com Maria de Carvalho. C.g.

14-(1)Catarina de Almeida, falecida em Castro Daire a 6/9/1583. Casou primeira vez com (1)Francisco Godinho. Casou segunda vez “em Castro de Ayre” com (2)Domingos Machado[34], filho de Luís Machado e de Brites de Lucena, de Leomil, neto paterno de Diogo Machado e de Brites Ferreira, neto materno de Afonso Lucena e de Catarina Saraiva, de Trancoso . C.g. em Castro Daire

14-(2)António de Coimbra, casou em Mós (Tarouca), com Maria Soeiro. C.g.

14-(2)Diogo da Mouta Pinto, casou com Maria de Oliveira, irmã do padre Frei Ambrósio de Oliveira. Casou segunda vez em Vila Real, com Maria de Mendonça, sem geração. Filhos do primeiro casamento, 14-N….., “filho 1º deste, casou muito rico, em Sevilha” e 14-N….., uma “filha casada em Mós”.


[1] Segundo as genealogias tradicionais, Vasco Garcez Pinto, ou Vasco Garcia Pinto. A invenção deste patronímico tinha como função atribuir a sua filiação a Garcia Soares Pinto.
[2] Ver “Linhagens Medievais Portuguesas”, Vol.2, pág.128, nota 45
[3] Teve uma filha Teresa Rodrigues de Sousa, casada com Estêvão Rodrigues da Fonseca. Este Estêvão depois de viúvo teve um filho natural chamado Vasco Esteves da Fonseca “menancorea”, legitimado por carta a 11/7/1312 (LMP, vol.I, pág. 503)
[4] Ignora-se o seu nome, mas Gaspar Alvares de Lousada, alegando o Livro Pequeno dos Forais Velhos dos Arcebispos de Braga, informa que ela era neta de Pedro Mendes de Aguiar e de D. Marinha.
[5] Etnografia Portuguesa, vol. II, de José Leite de Vasconcelos, pág. 599.
[6] Memória do Concelho de Ferreiros de Tendais – Coimbra – Imprensa da Universidade – 1856.
[7] Pág.114
[8] O lugar de Vigião, fica na freguesia de Freigil, do extinto conc. de Aregos, hoje no conc. de Resende.
[9] A Sé de Lamego, de Anísio Miguel de Sousa Saraiva, pág.558
[10] História do Bispado e Cidade de Lamego, Vol III M.Gonçalves da Costa, pág.655
[11] Felgueiras Gaio, tit. de Moutas, 1§, nº1.
[12] Este casamento vem referido em Felgueiras Gaio, Tit. Fonseca 23§, nº8.
[13] ANTT, Chancelarias, livro 1, fl.17vº.
[14] A Casa do Burgo em Arouca tem uma pedra memorial que diz “FERN. VAZ. PINTO. FIL. ESTEVAN. VAZ. PINTO MORT. AFRIC. MAGN. VIRT. REGIS. SEBASTIAN. EJUS BACALUS ET TRIBUNUS SELERUM COMES. FACTUS ANNO.D.1584.” A tradução; “FERNÃO VAZ PINTO FILHO DE ESTEVÃO VAZ PINTO MORTO EM ÁFRICA COM GRANDE VIRTUDE (VALOR) VASSALO DO REI SEBASTIÃO E CAPITÃO DE CAVALOS FEITO CONDE. NO ANO DO SENHOR DE 1584”
[15] Segundo um Instrumento de Justificação de Nobreza de seus filhos António e Jerónimo da Mouta, passado em 2/1/1561, pelo escrivão Duarte Lopes, do concelho de Ferreiros de Tendais.
[16] Segundo Felgueiras Gaio, tit. de Moutas.
[17] A obra História do Bistado de Lamego, vol. IV, pág. 382 refere, “Há ainda noticia da Senhora das Neves, da Chã, levantada num alto por cima de Covelas, administrador João Pinto, do Paço e, depois dele, o P.e Tomé Pinto Leão.”
[18] Julgo ser filha natural
[19] Nome que se repete na sua descendência.
[27] Alão de Moraes, tit. de Moutas. O concelho de Moção, antigamente referido como Monção, foi cabeça de concelho e julgado desde o século XIII, englobava os lugares de Vila, Vársea, Vila Seca, Outeiro, Desfeita, Picão, Mouramortea.
[28] Felgueiras Gayo, tit. de Moutas.
[29] Ver Felgueiras Gaio, tit. de Vieiras §15, N 12. Era irmã de Guiomar Monteiro, casada com António da Mouta, ambas irmãs de Álvaro Monteiro, que foi recebedor da vila de Almeida e de Filipa de Almeida.
[30] Felgueiras Gayo em tit. de Monteiros, §14, diz que “ mandou fazer a fonte q está por baixo da Quintella em q se vem as suas Armas”. Quando foi recebedor da alfândega de Almeida, aproveitou-se do cargo e cometeu falcatruas. Assim, quando os mercadores passavam pelo posto alfandegário ele selava os panos sem disso dar conhecimento ao escrivão da repartição, nem assentar no livro próprio, desviando a renda em benefício pessoal. Sabendo do facto D. Manuel mandou apurar a falta e verificou-se haver o desvio de 136 reais por côvado. Demitido do cargo, para o mesmo foi nomeado Afonso Anes, morador na vila a quem fora feita uma doação em 1486. No entanto, foi apurado que o dito Afonso Anes se mancomunou com Álvaro Monteiroe por isso foram ambos exonerados e o cargo foi dado a Luís de Figueiredo, criado do bispo da Guarda, por carta de 27/1/1503
[31] Irmã de Rui Lopes de Almeida, pai de António de Almeida, licenciado, morador na vila de Trancoso que teve carta de brasão, a 1/10/1533 para Almeida. Ver “Cartas de Brasão de Armas, vol. I, pág. 33, de Nuno Borrego.
[32] Na carta de brasão ( passada a 8/10/1543 com armas de Monteiro) de seu neto Gaspar Monteiro, vem referido como “fidalgo que foi da casa do infante D. Fernando”, sendo filho de Lopo Martins Monteiro, referido como “fidalgo muito honrado e do verdadeiro tronco da geração dos Monteiros”.
[33] Filho de Henrique Dias, natural de Fareginhas, Castro Daire e de Isabel de Coimbra, natural de Britiande.
[34] Segundo Alão de Moraes, tit. de “Machados-outros”, vol. V, este Domingos Machado era irmão entre outros de Leonor Luís de Lucena, mulher de Simão Frade, de Trancoso, de Violante de Lucena, mulher de Domingos Frade (sobrinho do dito Simão Frade) e de Ana de Lucena, mulher de Diogo de Sousa, de Trancoso, irmão do dito Domingos Frade.

domingo, 26 de outubro de 2008

Memória da nobre e antiga CASA DA TORRE DE CHÃ, em Ferreiros de Tendais

Durante séculos as grossas paredes de granito resistiram a guerras, a intempéries, mas não ao homem. O mesmo homem que cria, destrói. Em 1939, a secular Torre de Chã, solar medieval da família Pinto, foi brutalmente demolida. Este acto de ignorância e estupidez privou a família Pinto da sua casa acastelada, um símbolo de prestígio e antiguidade.A Torre de Chã, também designada por castelo de Chã ou Quintã de Chã(ou da Cham), situava-se num alto rochoso e agreste da serra de Montemuro, junto do ribeiro de Bestança, na antiga vila de Ferreiros de Tendais. O padre desta vila, nas memórias paroquiais de 1758, escreve: “Desta villa comforme alcanso procedeo a família dos Pintos”.
Esta página pretende ser um repositório de informações genealogicas e documentais, memórias iconograficas sobre a história da antiga Casa da Torre de Chã até à sua queda. Esta contempla naturalmente as origens e a história da enorme família Pinto.
Apresenta-se ainda um levantamento fotográfico da heráldica dos Pinto (apenas armas plenas) a nível nacional. Muitas destas pedras de armas são referentes a ramos entroncados.


Dos Pinto, ditos de Riba-Bestança, descendem os Mouta Pinto, senhores da Torre de Chã, os Pinto de Miranda, padroeiros de Real no concelho de Paiva, srs. da Quinta de Crasto, feitos mais tarde condes de Castelo de Paiva. De referir os Pinto, srs. das quintas de Vilar Maior (terra da Feira) e de Travanca, os Pinto, srs da honra de Paramos 8Espinho), os Pinto, senhores donatários do antigo concelho de Ferreiros de Tendais e alcaides-mores de Chaves (hoje representados pelo actual conde de Mesquitela). Destes derivam outras ilustres casas nobres e morgadios que usam ou usaram este apelido. Os Teixeira Pinto, srs. do morgadio de Calvilhe e Pendilhe, os Pinto Coelho srs. do concelho de Felgueiras e Vieira ainda morgados de Ratiães e Simães. Destes vindo por linha feminina os Pinto Coelho das terras de Basto e Lisboa. Dos srs. de Felgueiras derivam os Pinto da Quinta do Bom Jardim, do Porto, desta casa provem os Pereira Pinto, morgados da Casa do Arco e Casa da Calçada em Vila Real, por sua vez desta Casa derivam os viscondes de Montalegre e viscondes de Vila Garcia, ainda os Silveira Pinto da Fonseca, marqueses de Chaves e condes de Amarante, os morgados de Novões e morgados de Ramaldo, junto ao Porto. Continuando na senda desta família, temos os Pinto, srs. do morgadio de Balsemão, instituido em 1315, junto de Lamego, mais tarde feitos viscondes de Balsemão com honras de grandes, os Pinto, srs. da Quinta do paço de Cidadelhe (Mesão Frio), os Pinto de Seixas, srs do morgado de Paço de Sever, junto de Lamego, os Pinto srs. da Quinta da Torre da Lagariça e os Pinto Machado, srs. da casa e Quinta de Fornelos, também no concelho de Aregos, os Serpa Pinto de Cinfães. Ficam ditos alguns ramos conhecidos desta família, já que se torna impossível enumerar aqui todos os ramos e sub ramos desta antiquíssima família.

sábado, 25 de outubro de 2008

Aqui jaz quem nos perigos
Das guerras, em que se achou
As Armas sempre pintou
Com sangue dos inimigos
E hum gran Rey que me estimava
Vendome de sangue tinto
Quis que me chamasse Pinto
Porque tam bem me pintava.


Retirado de um Manuscrito da Armaria nº 1652 ANTT, sobre os “Pintos”.

Pinttos

Vey o Dom Egas de Gondar
Para Riba de Beastança
Onde os da sua erança
Do seu nome singular
A Pintos fazem mudança.


“Quintilhas dos Solares deste Reyno de Portugal”

Com o conde de Portugal
Das Astúrias de Oviedo
Veio D. Mendo Gundar
Com D.Toda casar
De quem nasceu o sem medo
Donde vem este solar.

De D. João Ribeiro Gaio, bispo de Malaca.